Olá pessoal, hoje em nossa entrevista semanal temos mais um novo valor de nossa literatura, Maurício Gomyde, fiquei muito feliz e entrevistá-lo, ainda mais estando em Brasília, nossa querida cidade, desde já agradeço ao Maurício pela gentileza. Então agora vamos conhecer um pouco mais sobre nosso autor.
1. Leitura Boa: Fale um pouco sobre você?
Maurício: É sempre difícil falarmos de
questões pessoais, e isso deixo para as pessoas que me conhecem... rs. Falar do
meu trabalho é mais fácil. Eu sempre fui um músico que escrevia. Com o tempo
passei a ser um escritor que toca. Acho que isso me define bem, porque sou
alguém que gosta demais de música e livros. Procuro misturar isso nas minhas
histórias e na minha vida. De resto, acho que sou alguém simples. Só temos
plena certeza desta vida, então que a tornemos interessante e única, todos os
dias.
2. Leitura Boa: Como e quando despertou em
você essa vontade de escrever?
Mauríco: Na adolescência já lia
muitos livros. Isso, naturalmente, já foi plantando em mim a vontade de contar
minhas próprias histórias. Um dia acordei com a ideia de escrever um livro. Bem
assim, simples. Daí saiu o “O Mundo de Vidro”, e não parei mais. Agora, virou
um vício, uma necessidade diária.
3. Leitura Boa: O que é ser autor para você?
Maurício: Todo autor é alguém que
sente necessidade de contar suas coisas e de ser lido. Não escrevo para mim,
mas para que as pessoas possam se emocionar, se divertir, ter bons momentos com
o livro nas mãos. Acho que o autor é um veículo. As histórias estão todas aí
para serem contadas. Todo mundo é autor, em última instância. Uns colocam as
histórias no papel, outros apenas as vivem.
4. Leitura Boa: Como você vê o momento atual
da literatura brasileira?
Maurício: Estou achando bem
interessante porque tenho sentido que muita gente tem procurado conhecer, tem
se interessado em ler. A cada dia recebo mais pedidos de parceira, mais pedidos
de entrevista (como a sua, e pela qual te agradeço imensamente). As pessoas
querem saber o que pensamos, como trabalhamos, quais os projetos, etc. No final
das contas, tudo se resume a boas histórias e nós, brasileiros, somos ótimos
contadores de histórias...rs.
5. Leitura Boa: Sendo da nova safra de autores
nacionais, como você vê a concorrência com a literatura estrangeira?
Maurício: Há, ainda, certo preconceito
com livros nacionais, o que acho uma grande besteira. Nossa, já li muitos
livros estrangeiros ótimos e também cada bomba! rs Da mesma forma, já me
deparei com livros nacionais excelentes e também ruins. Ou seja, no final das
contas, há livros bons e livros ruins, seja em que língua for.
6. Leitura Boa: Seu mais recente livro, O
Rosto que precede o Sonho, ainda será lançado, foi feito algum tipo de pesquisa
no desenvolvimento do enredo, houve alguma influência?
Maurício: Sempre pesquiso demais para
construir as personagens. O livro tem como personagens principais um compositor
de trilhas sonoras para o cinema e uma fotógrafa. Como não sou nem uma coisa
nem outra, tive que pesquisar bastante. Isso é fundamental no processo de
escrita, porque enriquece o texto, torna mais crível. É um texto dentro do meu
estilo (comédia romântica) com muita citação musical (que é algo que eu gosto
muito de fazer). Acho que as pessoas vão gostar. Espero! Rs
7. Leitura Boa: Qual o sentimento após o
término de uma obra?
Maurício: Acho que o sentimento do
dever cumprido e ao mesmo tempo de certo abandono. Não ter mais o privilégio de
escrevê-la diariamente é angustiante. Mas, ao mesmo tempo, agora há a chance de
as pessoas conhecerem a história. Espero que se emocionem ao ler o tanto que me
emocionei ao escrever.
8. Leitura Boa: Defina O Rosto que precede o
Sonho?
Maurício: O rosto que precede o sonho
é o daquela pessoa que nosso subconsciente deseja que esteja ali, deitada ao
nosso lado na hora de dormir. Refere-se a quem a gente realmente é quando não
temos mais controle das nossas ações. Tem a ver com a autenticidade do
sentimento.
9. Leitura Boa: Onde você busca inspiração?
Tem algum ritual antes de iniciar um novo projeto?
Maurício: Eu penso demais antes de
começar. Fico dias inteiros pensando. Quando acho algum gancho bom, invisto
pesado. Como não tenho pressa de lançar nada, o tempo é meu aliado. Mas eu
sempre penso no leitor. Quero que ele se divirta lendo minhas histórias. Quando
se tem em mente o leitor, a coisa sai mais fácil. Acho. rs
10. Leitura Boa: Quais são as obras da
literatura nacional ou estrangeira que você mais gosta?
Maurício: Tenho lido muito os novos
autores nacionais e estrangeiros. Li muitos clássicos já, e isso é bom para
formar seu caráter, sua linha de raciocínio. Mas estou na fase de ler os
atuais, até para tentar fazer diferente. Na verdade, acho que sou mais
influenciado pelo cinema do que pela literatura. Tento escrever livros como se
fossem filmes. E acabo que assisto muito mais a filmes do que leio livros.
Preciso ler mais!!!! rsrs
11. Leitura Boa: O que significa para você
ter sua obra lida e conhecida por milhares de leitores?
Maurício: É muito gratificante, é o
“fechamento do ciclo” do livro. O livro começa no primeiro momento em que penso
na história, e só vai terminar quando o leitor que eu nem conheço virar a
última página e pensar “uau!”. Se não tiver o “uau”, algo saiu errado... rs.
Não tenho vaidade quanto a isso e há gente que me detona, sem problemas. Gosto
demais de contar as histórias, e quanto mais gente ler e gostar, mais vontade e
força terei para continuar. Por enquanto, não penso em parar jamais.
12. Leitura Boa: Apesar de seu novo livro
ainda não ter sido lançado, você já tem algum novo projeto em mente?
Maurício: Sim. O quarto livro já tem
início. Já sei de onde vem e pra onde vai. Assim que passar o turbilhão pelo
lançamento do terceiro, sento e daí seja o que deus quiser. Mas meu maior
projeto atualmente é a abertura da minha editora, a Porto71. Quero lançar novos
autores que estejam dentro da linha editorial, textos bons de novos autores
nacionais.
13. Leitura Boa: Deixe uma mensagem para
aqueles que almejam um dia tornar-se escritor e para seu público em geral.
Maurício: Todo mundo tem uma história
pra contar. Todo mundo tem experiências, vontades, sonhos. Aqueles que desejam
compartilhá-las é simples: escrevam! Há muita literatura boa sobre técnicas de
escrita, teorias que auxiliam (ajudam, mas não são 100%!!!) o processo de
escrita. Estudem construção de personagem, construção de cenas, de roteiros.
Isso ajuda demais!
Ao público em geral, meu
muito obrigado aos que já conhecem meus livros e acompanham meu trabalho. Aos
que ainda não conhecem, espero os que quiserem “tomar um café” lá no www.mauriciogomyde.com.
E agradeço a você,
Elissandro, pela oportunidade e abertura do “Leitura Boa” ao meu trabalho.
Quando quiser, é só chamar.
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